Que venha tudo - mas reste meus amores, e meu bom humor.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

LER


     Semana passada fui fazer fotos sobre a Biblioteca Monteiro Lobato para o jornal da faculdade, o Maria Antônia. Também escrevi uma crônica... Aqui vai.


     Uma boneca de pano com sentimentos e pensamentos, uma vilã malvada que aterroriza todos do sítio, uma espiga de milho, a menina de nariz arrebitado. Sítio do Picapau Amarelo, o olhar fantasioso do menino não denunciava outra hipótese.
     Quem não se emocionou um dia com as aventuras da Emília põe o dedo aqui... Pois lá estava ele, oito, nove, dez anos no máximo. Não obedeceu a professora, tocou em tudo que bem quis, sem mais. Não articulou nenhuma palavra perto de mim, mas bastou a expressão da boca: arteiro. Imagino que seja da era da televisão, contudo meu local me dá esperanças do contrário, estávamos na biblioteca. Meu personagem veio acompanhado da escola, porém mais tarde pude confirmar o que no fundo eu queria, descobri que era um frequentador. Crime: devolução de um livro. Autor: Monteiro Lobato.
     A leitura é talvez a mais fértil das imaginações. Quem nunca teve os próprios desenhos mentais daquele herói ou daquela princesa? Ou daquela “Cuca”, tão temida... A arte que as palavras criam tem um poder muito maior do que qualquer obra-prima, isto porque a imaginação que acompanha os contos permite a metamorfose a todo instante. Surpreender faz parte da leitura – e não há escapatória, qualquer livro tem as suas transfigurações de imagens durante seu decorrer. O que é bom, pois chato mesmo é a imagem fixa, que só tem uma única forma, um único jeito, para todo o sempre.
     Sobre o menino, tudo que sei acaba aqui. Mas sobre ler, dizer que é um ato único, que um bom texto é capaz de levar o acompanhante de suas páginas a viagens inesquecíveis, situações inusitadas e romances deliciosos, é só o começo. O prazer encontrado nas páginas de um livro é superior a qualquer outro convite – e eu sei que quem lê com frequência, assim como eu, entende o que quero dizer. Por isso, lanço uma proposta. Encarem como um convite, um desafio, uma experiência incomparável. Ler um livro, hoje. Ou pode ser até amanhã. O gostinho do fim não tem preço. É daquelas coisas que só quem passa entende. Ao menos, tive o luxo de saber que meu amigo arteiro compreende o que quero dizer...

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