Que venha tudo - mas reste meus amores, e meu bom humor.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Velhinhas na loja / Hospital

   São temas totalmente diferentes que de alguma forma se interligam entre si.
   Aos que não sabem, eu comecei a trabalhar: vendedora da Track and Field. Eu tenho gostado, sempre tive esse lado "vendas" saliente, minha avó tem muitas lojas de roupas feminas no Rio Grande do Sul.
   Ontem observei minha amiga atender um grupo de mais ou menos 5 senhoras, uma delas veio procurar um conjunto de frio para presentear alguém. De repente chegaram mais 2, cumprimentando e sorrindo. E outra. Outra de novo. Por fim: mais três. Num total de 12 senhoras, muito bem vestidas e de ótimo poder econômico, pensei curiosamente no meu futuro. Um dia todos viraremos "velhinhos"...
   Em contrapartida, ontem de noite fui visitar um amigo do Israel, que está em coma no Einstein. Pais ricos, família importante. Descobriram que nada podem diante da situação. Foi uma conversa bonita, aqueles pais, pós 20 dias angustiantes, admitiram que aquilo serviu de lição para "repensar valores". Para reprogramar o tempo. Que os 18 dias no hospital público, sem perspectivas de melhora e de situação, foram necessários para valorizar esse tipo de ocorrido. Serviram para mudar parte da personalidade daquelas pessoas, incrementando humildade e deixando de lado o orgulho e acomodação - isso porque ao ouvir a confissão daquela mãe para a minha sogra, declarando que não perderia tempo nenhum do seu mundinho para visitar filho de ninguém no hospital, foi a palavra que mais me serviu.
   Gosto de falar do tempo. De imaginar que aquelas velhinhas já tiveram a minha idade. Que devem me olhar e pensar: "Como eu era bonita... Pena que não dei valor ao protetor solar.". Isso porque eu me imagino dizendo isso no futuro, é a minha cara na verdade. Já faço isso com as minhas fotos de criança (sem envolver o protetor solar, claro! - enfim, sempre reclamo da grama do vizinho e da minha mesma, em outros tempos). E a mãe do João, somente desejando que tenha mais tempo com o filho. De qualquer jeito, feio, bonito, 100% ou 50%. E melhor, aceitando.
   Minha teoria fica subentendida a como quiserem interpretar. Foram duas situações inusitadas que me provocaram a mesma sensação: um medo do futuro com a beleza do entendimento, do crescer, do viver.
   Por hoje é só.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sonhos

      Desde Quarta-Feira passada eu não ando com muita vontade de escrever. Motivo: larguei a faculdade. É, contraditório ao meu post de inauguração.
      Já falei sobre o meu signo ou citei minhas características (PARÊNTESES: autorizei minha postagem melancólica apenas por hoje, afinal esse não é um blog emotivo-pessoal, seria algo mais 'crônicas')? Virginiana NATA, NATÍSSIMA (se é que essa palavra existe). Perfeccionismo ao extremo, ou seja, "preciso ser a melhor", "se não for assim que não seja", resumindo, "não vou fazer PUC nem Mackenzie". E aí eu pensei: 'serei diferente fazendo Relações Internacionais (olha que nome chique!) na ESPM.' Erro? Orgulho? Insistência na teimosia (sim, isso é alarmaaaaaaante em mim!)? Sei que lá fui eu. E lá também faltei nos outros vestibulares, porque se não fosse Cásper, estava tudo acabaaaaaado na minha carreira jornalística. Pois é, dramático assim. Acompanhei 2 meses de faculdade num curso nada a ver 'EU', ou melhor, nada a ver meu sonho, e insisti nisso. Numa idéia estúpida de 'vou fundar uma ONG algum dia'. Assimilo raiva, sem saber bem o motivo... Respirar... Achar minha paz... Calma.
      Enfim, assisti aquelas aulas de Economia, Marketing e CÁLCULO - e queria morrer. Por meu interiorzinho lá de dentro saber desde sempre que eu não gostava daquilo e que não iria haver jeito de gostar. Certa Quarta-Feira, resolvi me admitir isso. E o que eu gosto? Eu gosto de Jornalismo. Eu quero fazer faculdade de Jornalismo. (PAUSA: lendo o texto até aqui, me pareci confusa no modo de escrever e em todo o resto, mas é exatamente assim que eu me sinto agora, como querer aparentar uma flor quando estou um redemoinho?) E lá vou eu, atrás do meu sonho. Não ando encontrando minha coragem de dizer "vamos Anna Laura, vamos lá, até a Liberdade todos os dias - novamente", ou "abre seu fichário roxo que pesava tanto e lê alguma coisa útil!". E a verdade? Dói. Dói admitir fracasso. De novo. Dói desenterrar um caixão (e o medo de vir a ter que cavar mais fundo ainda, se der errado de novo?). Pra mim sigfnifica muito, muito mesmo. Tá muito difícil. Ando muito triste, tentando me convencer de que fiz a melhor escolha quando desisti da faculdade (e é verdade, não poderia ter feito melhor!). Mas, também, não poderia me colocar em situação mais conflitante.
      Aquele dia, há pouco menos de um ano, tomando banho, decidi: 'vou fazer aquele cursinho que fica longe, em São Paulo, acho que na Liberdade... vou pra lá todos os dias e entrar na faculdade que eu AMO'. Me questiono agora, cadê esse momento novamente...
      Minha teoria é sobre os sonhos. "Lindos, no papel." NUNCA, NUNCA E NUNCA NA SUA VIDA CAIA NESSA. É óbvio que você não vai escolher voar, mas mesmo assim, digo que há similaridade com a Asa Delta. Repito uma das minhas últimas frases do primeiro post: 'sempre É tempo.' Vá atrás do que te faz feliz... E o universo vai conspirar ao seu favor.
      Posto agora essa foto, por simples vontade. Adivinha da onde? É DO SUL.

domingo, 27 de março de 2011

Projeto Arte SIM!

MINHAS LINDAS E O HENRIQUE!!!
Foto da capa do nosso jornal/revista, que fica pronto em Abril. Esses sorrisos não começaram espontâneos, mas a situação da grama espetando, de mim com uma câmera em cima deles forçando-os a rir e o empurra-empurra de cabeças acabou por convencer os sorrisos!
São crianças/adolescentes que participam do Projeto Arte SIM!, fundado pela minha cunhada Bruna Astrini (futura mamãe do Cauê e o Alan), no bairro 120 em Santana de Parnaíba. Convivo com eles há cerca de 2 anos, e falo, afirmo e assino aonde precisar, que são pessoas maravilhosas, que merecem muito, e digo MUITO, dessa vida. Minha parte nesse trabalho corresponde a criação de um jornalzinho adolescente, que por sinal tem esse mesmo nome: "ADoLesCenTes - POR DENTRO DE TUDO!". A finalidade desse empenho é ajudá-los a conquistar um lugar importante na vida, etapa em que acredito serem as palavras e a escrita as melhores aliadas. Nossa primeira edição fica pronta no mês que vem, e graças a Deus conseguimos uma gráfica com preços razoáveis (o que antes parecia impossível!) e uma excelente equipe de redatores (adivinha quem? ELES!). Divulgo essa foto e essas informações a quem se interessar em assitir a uma aula, conhecer alguma dessas almas tão boas e ajudar-nos a realizar esse sonho todos os dias. Temos uma biblioteca criada por mim que hoje conta com doações, que serve principalmente para melhorar a alfabetização das crianças. Aceitamos qualquer livro que venha a despertar o interesse deles, será sempre uma enorme ajuda. Nossa verba para a impressão das edições do jornal é pequena e com o possível aumento do Projeto na 2ªedição, acredito que nos faltará dinheiro. Qualquer doação, seja ela de 5 a 50 reais, é super bem-vinda, desde que venha do coração.
Muito obrigada por terem gasto esse tempo lendo minhas palavras. Tenho certeza que só isso já uma forma de construirmos a cada dia um mundo melhor. Um mundo fora da teoria.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A parte mais gostosa - e mais difícil da vida.

Os românticos logo adivinham: cito acima o amor.
Relacionamentos em geral, o lindo e escrupulante convívio.
Mário Quintana já dizia: "A arte de viver é simplesmente a arte de conviver... Simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!".

É, ontem eu não soube conviver. Outros dias ele também não soube. Outros ainda, eu novamente. Porque é difícil.
É difícil ser paciente, é difícil ser benevolente. É difícil ser amante, amigo e inimigo. É difícil mudar as posições. É difícil mudar o que já começou assim, e me perdoeem, mas maravilhoso é pouco para os momentos sadios. A palavra mais intensa e linda do mundo é muito pouco para os nossos chamegos.
Eu amo muito, ele ama demais. Eu amo sem barreiras, ele ama sem limites. Eu amo pra sempre, ele também.
Disso eu não temo. Da vida, já é outra história...
Foi o melhor e mais sofrido amor. E eu sinto muitíssimo pela minha reação na noite passada, que só Deus sabe no que resultará. Eu acredito, ele eu não sei mais.
Foi uma cadeia de desmotivação, parecia ter passado. Ontem eu a trouxe de volta.

Meu amor é o mais profundo que existe, que contamina até o fundo da alma. Já me indagaram sobre minha "necessidade" de vê-lo rotineiramente, minha vontade louca de estar perto, pertíssimo. Ontem ele me indagou se é saudável. E aí fica a dúvida, eu não sei...
Talvez tenhamos que reaprender a fazer diferente, talvez seja um adeus. Talvez seja mais uma das armadilhas desses tempos. Primeiro o barco, depois a luz. Ontem isso, meio sem sentido mas coincidindo com a volta do relógio em 60 minutos. Ajuste do horário de verão. Talvez minhas palavras sejam uma grande besteira, que ele nem ao menos lerá.
Mas se ele ler, que leia do mesmo jeito que me amou: com o coração.
Há vezes em que o perdão já não tem tamanha força, volto a dizer que acredito, ele eu já não sei.

Minha teoria é sobre os romances. São a delícia e o veneno da vida. Machucam, mas valem incrivelmente a pena. Não há nada melhor, nem pior. Mas uma hora a gente acerta, amadurece e acerta de vez. Acreditem.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Um Até Breve

   Sábado, 8 de janeiro de 2011. Receberam a notícia. Como não seria sem, choro. Eu nunca tive um parente próximo ou amigo falecido. Não posso comentar mais, seria hipocrisia. Sei que fomos ao show. Não entenda mal, era o esperado. Não digo pelos ingressos, sim pelo tchau. E se dissesse imenso respeito a mim, em semelhantes circunstâncias de idade e estado físico, iria também. Afinal, a vida não pára. A vida não dá sossego, independe de fatalidades.
   Dia seguinte, mortos de sono voltamos do Guarujá. E ressalto que rimos durante o percurso inteiro, com as histórias de nomes compostos do Isra e da Carol. Eu não comentei, mas senti alívio por vê-lo sorrindo. Acho que o ser humano é fraco ao lidar com o NÃO na vida. Um não é uma decepção, um tiro nos planos. Vivemos planejando o amanhã, listando desejos e necessidades, que, na verdade, são simples futilidades rotineiras. Sem perder o foco... Já eram 17hrs e voltamos do enterro. Meu propósito é salientar a conversa com o Isra, no momento em que passávamos pelo muro do meu condomínio - foi ali que entendemos que a vida não vai parar por você. A família voltava em carros diferentes, todos entristecidos, dirigindo manualmente, e sofrendo. E quem imaginaria? Quem se importaria? O homem do carro ao lado que ouvia Jovem Pan? A moça com o bebê no banco de trás, alucinada pela novidade? A senhora que dirigia tranquilamente, mesmo tendo em seu interior que sua hora estaria por chegar? 'Nossa' perda não influenciou em nada a vida dessas pessoas. A maioria delas sequer sabe que existimos. Como muda ao sempre os dias de um, insignifca nos de outro? É como quando em outras vezes voltamos do Guarujá. Entorpecidos de amor, conversas, risadas, reflexões e até brigas, desconfiados dos pensamentos do carro ao lado. Eu, particularmente, nunca pensei que poderia esse também ter escutado um até breve. É o ciclo da vida...
   Minha teoria é sobre a morte. Esse nome, bem assim, duro. Na minha religião a morte não existe. Sou espírita, acredito na reencarnação, na evolução do espírito. Não acredito na morte. Acredito no até breve.

Vó Helena, até breve...